Sim. É doze de junho. Dia de comemorar. Dia que ficará guardado na
memória para o resto da minha vida.
Folha Imagem/Arquivo |
Era 1993, exatos vinte anos. Não sabia
quem eu era, mas sabia do meu amor, porém não a imensidão dele. A família se
reuniu na sala da casa da vovó, eu vestia uma camiseta listrada, que caberia várias
de mim ali dentro. Antes disso, só cantava o primeiro trecho e durante as horas
que estávamos naquela sala, aprendi o restante. Sai correndo de casa, com uma
bandeirinha nas mãos e cantarolava em todos os lugares.
Enquanto ia "decorando" a letra
não entendi o sentido dela. Mas, quando tudo acabou tive a real ideia do que
tudo aquilo significava. Tinha um cara, que vestia a mesma camiseta que eu
inclusive, mas nele ficava perfeita, que eu também me perguntava o porquê todos
gritavam seu nome e eu também comecei a fazer isso. Só depois pude entender
tudo o que aconteceu naquele doze de junho de 93.
Dias antes, em seis de junho, também no
Morumbi, um tal de Viola fez o gol que poderia garantir o título ao Sport Club
Corinthians Paulista. Ele imitou um porco, uma singela homenagem à torcida
alviverde. Uma pena que não tinha noção da força daquele que um dia morreu
líder e nasceu campeão. Ao que me parece essa tal ai, não conhecia a história
da Academia e tão menos sabia quem era: Evair e cia.
Precisávamos vencer para sair da fila,
para voltar a ser o Alviverde Imponente. No dia doze, o estádio do São Paulo
FC, abrigava mais de cem mil torcedores, em um dia que ficaria para a história
deles também, mais necessariamente para o Cicero Pompeu de Toledo.
Evair, passou para Zinho, que então abriu
o placar. Depois foi a vez dele: Evair, marcar o dele, um pouco mais tarde,
Edilson. Três gols nos garantiam a prorrogação e um empate nos daria o título.
Esta foi a primeira vez que eu vivia a emoção de ser palmeirense, que segundo
Seu Joelmir Beting, explicar isso é totalmente desnecessário.
E este é o momento que fecho meus olhos e
lembro de cada detalhe, me recordo da camisa, igual a do Evair, de aprender a
letra do hino, da minha família quase inteira se emocionando. Uma das figuras
esse Viola não contava era exatamente, aquele que nos faria lembrar do porco,
como a provocação que para mim, virou "homenagem", como é bom ver o
rival nos fazer isso. Melhor ainda é responder a altura.
Uma cobrança de pênalti, Evair (lembre ao Viola que ele é o "matador") foi para a
bola, bateu e ali estava o fim do jejum e se iniciava uma série de glórias que
somente nós, palmeirenses sabemos contar com tantos detalhes, mareja nossos
olhos de lágrimas e nos faz entender o porquê o hino nos diz que "de fato
é campeão".
Eu falei que foi esse o primeiro jogo do
Palmeiras que eu vi? Agora dá para entender o porquê vinte anos depois me
tornei jornalista. Esse amor é o que me conduz a realizar todos os meus sonhos.
Aquele Palmeiras mereceu sair da fila, pela campanha daquele Paulista de 93. foi melhor, na primeira e na segunda fase, superior na final, que juntando os dois jogos: 4 x 1. Isso justifica o título e o fim do jejum.
Obrigada Palmeiras. Muito obrigada Evair, pelo meu amor, pelo meu orgulho, pelas minhas lembranças, pelo meu Alviverde Imponente.
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